The World of Gerard van Oost and Oludara

Postagens marcadas com ‘amigos’

Entrevista com Guilherme Smee

Tivemos mais uma oportunidade de entrevista com outra figura incrível, e, dessa vez, trata-se de Guilherme “Smee” Miorando. Responsável pela página Splash Pages, Guilherme procura dialogar sobre quadrinhos através de sua visão, e de sua experiência profissional como um quadrinista, escritor, roteirista, e publicitário.

GuiSmee

Se você ainda não conhece sua página, você pode acessá-la clicando aqui. E se você ainda não conhece os seus trabalhos, você pode saber mais sobre suas obras autorais clicando aqui.

1 – Nos fale sobre você.

Sobre mim? Posso fazer que nem o orkut e deixar uma música? Põe aí Basket Case, do Green Day.

2 – Como você iniciou sua jornada como um publicitário, escritor, e quadrinista?

Como publicitário foi uma árdua jornada entre estágios malfadados até que finalmente entrei em um estágio na Agência Experimental da PUCRS, que abriu meu caminho no mercado, por assim dizer. Mas nunca me dei muito bem com empregos fixos, por isso hoje trabalho como freelancer. Como escritor, tudo começou com a coleção Ficção de Polpa, da Não Editora e do Samir Machado de Machado. Na época eu também era sócio da editora e fui procurar me especializar fazendo muitas oficinas literárias, entre elas as da Cintia Moscovich e do Assis Brasil. Também busquei me especializar em roteiro de quadrinhos, lendo muito sobre o assunto roteiros em geral e fazendo alguns cursos de roteiro de quadrinhos, em específico. Mas apesar de já ter lançado dois livros, um de narrativa longa e outro de contos, não me considero um escritor. A gente aprende,aprende e morre burro. Então acho que a gente escreve, escreve e não vira um escritor, porque pouca gente vive apenas disso. Posso ser considerado um autor, isso sim.

3 – De onde surgiu a ideia de criar o Splash Pages?

A ideia de criar o Splash veio depois de várias tentativas de manter um blog. Esse, por acaso, foi o que mais durou. Talvez por eu ter focado ele mais em quadrinhos, que é minha paixão. Como havia muito material que eu havia apreendido sobre história dos quadrinhos, pesquisa, teoria e quadrinhos comparados com o que me aprofundei para ministrar um curso de quadrinhos na PUCRS também com o Samir, resolvi usar um blog como uma ferramenta de treinar meu texto. Funcionou. Textos que eu levava dias para escrever hoje escrevo em duas horas. Um blog é uma ferramenta importante para você ficar mais confiante em si e no seu texto.

Guismeee

4 – De todas as suas obras já lançadas, há alguma que lhe marcou mais do que as outras? Por quê?

Acho que a que mais marcou mesmo foi o Loja de Conveniências, até porque ela fala muito sobre minha vida amorosa e sexual, embora não seja uma autobiografia. É possível um livro falar de uma vida amorosa quase inexistente? Sim, porque apesar de não haver amor retribuído, há uma vida sentimental.

5 – Conte-nos um pouco sobre a fantasia nos quadrinhos, e como a graphic novel d’A Bandeira do Elefante e da Arara se encaixa nesse cenário.

Sobre a fantasia nos quadrinhos eu recomendo que ouçam o podcast que fizemos sobre Mundos Fantásticos nos Quadrinhos que, inclusive, entrevistamos o Chris. (https://splashpages.wordpress.com/2015/06/09/splashpod-s01-e09-mundos-fantasticos-dos-quadrinhos/) Mas no que se trata da ABEA, acho que ela está inserida naquela ferramenta da fantasia especulativa que é o sense of wonder, que nos leva para locais fantásticos e desperta nossa sede por aventuras. Ela nos envolve com um mundo que parece familiar e vai nos confortando com essa ideia até que, de repente, nossa mente explode com um elemento fantástico, então percebemos que fomos levados para um outro mundo. Aquele conforto já não existe mais, estamos atiçados, intrigados, buscando uma resposta para aquele acontecimento e não vamos descansar até chegar ao fim da história. Acho que é por aí, hehehe!

 

Muito Obrigado, Guilherme! Sua disponibilidade e sua contribuição para A Bandeira do Elefante e da Arara são muito bem vindas.

– Entrevista por Fernando M. A.

Entrevista com Andriolli Costa

Recentemente, tivemos a oportunidade de conseguir uma entrevista com o ilustre Andriolli Costa. Como organizador da página Colecionador de Sacis, Andriolli posta diariamente algo novo remetente ao Saci-Pererê, personagem bastante conhecido do folclore brasileiro, seja uma arte, uma escultura, uma referência, uma menção em algum tipo de postagem, entre outros.

Andriolli Stuffs

Se você ainda não conheceu a sua página, você pode acessá-la clicando aqui. E caso você ainda não conheça o Saci-Pererê de A Bandeira do Elefante e da Arara, você pode ler sobre sua participação na história clicando aqui. Veja abaixo a entrevista com Andriolli Costa.

1 – Nos fale sobre você.

Meu nome é Andriolli Costa, tenho 25 anos e sou natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Sou jornalista de formação, e atualmente faço doutorado em Comunicação na UFRGS. Desde a graduação – na iniciação científica – venho pesquisando folclore. Entre 2010 e 2011, por meio de um edital de fomento público, produzi a Revista Eletrônica Poranduba, um site totalmente voltando para matérias sobre a cultura popular brasileira. O que eu mais gostava era de escrever sobre mitos e lendas. Entrevistei, por exemplo, a jornalista responsável pelo livro “Lobisomem Existe!”, sobre a cidade de Joanópolis (a capital do Lobisomem). Também conversei com os criadores da Associação dos Caçadores de Assombração de Mariana, MG, que lançaram um concurso em que pagariam R$ 1000 por uma fotografia de um mito local, o Caboclo D’água. O modo como o folclore mexe com os imaginários, influenciando modos de sentir, pensar e agir do povo sempre me encantou.

2 – De onde, e quando, surgiu a ideia do “Colecionador de Sacis”?
Surgiu em 2014, quando ao caminhar por São Leopoldo/RS, notei um toco de árvore cheio de orelhas de pau. Dizia Monteiro Lobato que quando um saci fica velho e morre, ele se transformava numa orelha de pau, então postei no Facebook que a cidade era um grande cemitério de Sacis. O post fez sucesso, pois pouca gente conhecia o fato. Mais tarde, no dia 31/10, o Dia do Saci, pedi pra minha namorada fazer duas carapuças de saci e levei para o trabalho, na Unisinos. Lá, fizemos um pequeno ensaio fotográfico, mobilizando amigos e estagiários. Percebi nesse momento que precisava de um canal para centralizar essas postagens. Assim que voltei de férias, em janeiro deste ano, criei o Colecionador.

Andriolli

3 – Dentre todos os seres folclóricos brasileiros, por que você escolheu o Saci?
O Saci sempre me fascinou e a origem não é outra que não minha própria família. Estou produzindo um documentário sobre Sacis (que espero lançar ano que vem) e as primeiras pessoas que quis entrevistar foram meus avós. A vó Marlene aprendeu com minha tataravó, Dona Floriza, a imitar saci para botar medo nos filhos. Ela pintava a cara de preto e tudo mais, mas nem precisava disso tudo. Só o assobio peculiar já gelava o espinhaço dos meninos, que iam rapidinho varrer o terreiro ou arrumar o quarto. Meu avô diz que desde que a vó parou de imitar, o saci nunca mais apareceu na chácara. Os fatos estão relacionados, mas não são a mesma coisa . Diz ele que é a imitação que chama o saci, doido por uma diabrura, que fica pelas redondezas pronto para pegar uma peça em alguém.

Outro motivo, este mais formal, é que o saci concentra a trindade mestiça formadora do povo brasileiro da qual falava Silvio Romero. Ele começa como o anão Guarani Yasi Yateré, com duas pernas e branco. Com a chegada dos negros ao Brasil, que se tornam referência na contação de histórias, ele passa a ser o negrinho perneta que conhecemos. Por fim, a carapuça vermelha e as palmas mãos vazadas (como registram algumas versões) estão relacionadas ao Fradinho da Mão-Furada, duende conhecido do folclore português. As pessoas brincam, dizendo: “veja o panda. Ele é preto, branco e asiático”. Eu diria “veja o saci. Ele é preto, branco e indio”.

4 – De todos os materiais, envolvendo sacis, compartilhados em sua página, qual o seu favorito? Por quê?
Eu gosto muito dos tweets, porque é neles que a gente Ve a cultura popular sendo revisitada em dinâmicas contemporâneas que apenas o povo é capaz de criar. Eu escrevi um artigo científico sobre saci nas redes sociais e fiz uma coleta de três dias. Foram quase 500 tweets mencionando Sacis, e 12% deles eram variações da frase ” Minha vida está mais parada que saci de patinete”. As vezes não é a vida, é a timeline, o whatsapp, ou algo assim, mas sempre nesse contexto. Da mesma maneira, tem muita gente que fala em saci quando engessa um pé, quando perde um objeto, quando acorda com cabelo enozado… Ver como o saci está presente hoje no imaginário cotidiano, não em manuais ou dicionários de folclore, é o mais empolgante.

5 – O que você acha sobre o Saci do mundo d’A Bandeira do Elefante e da Arara?
Acho um personagem fantástico, porque ele cumpre perfeitamente as funções narrativas de um “doador”. O saci não é apenas o trickster, que passa a perna nos personagens, mas é aquele que os fornece instrumentos ou conhecimento para o caminhar da trama. Ler a Bandeira do Elefante e da Arara é uma experiência muito interessante, porque a todo momento eu vou lendo e identificando as referências ou as fontes que o Cristopher usou para construir a história. Eu, que sempre pensei em dar forma as narrativas orais que estudei, vou me atentando as escolhas feitas pelo autor, as características que selecionou para este ou aquele mito folclórico. Recomendo a todos.

Saci

Ficamos muito agradecidos, Andriolli Costa! Pela sua disponibilidade, e por recomendar A Bandeira do Elefante e da Arara.

– Entrevista por Fernando M. A.

Visita E.E.E.F. Gladis Rita Braitenbach

No dia 28 de abril, tive a honra de visitar a escola Gladis Rita Braitenbach em Sapucaia do Sul.

De cara, descobri que ia ser um dia muito especial, quando entrei na escola e vi os trabalhos lindos dos alunos. Há talento de sobra, certamente muitos destes alunos trabalharão algum dia com produção artística:

CAM00400

CAM00402

CAM00404

CAM00406

CAM00409

CAM00415

CAM00420

Depois, conversei com alunos e professoras:

1509836_1658944061005155_7063929936949550571_n

11048653_1658944291005132_8626741590846188563_n

1901272_1658944131005148_2777336942353911460_n

11062770_1658944417671786_3912339651601023755_n

10001358_1658944854338409_1757804759788457706_n

11214035_1658944104338484_7165406464521096794_n

11245497_1658944237671804_9159471967155358640_n

Agradeço a todos, alunos e professoras, pela recepção calorosa. Agradecimentos especiais à Ananda Ferreira, por coordenar a atividade, às professoras Kethelyn Braga (artes), Roselene König (português) e Ivana Salvetti (português) pelo trabalho extraordinário que fizeram com os alunos, e à diretoria Melissa Drehmer, Zoraide Matos e Lisiane Silveira, para abrir as portas para a minha visita e este dia inesquecível. Muito obrigado!

CAM00418

Homenagem da MonsterBed

Semana passada, fui honrado ao receber uma homenagem inesperada da equipe da MonsterBed Game Studio.

Esta pintura, de Ander Mathias, mostra Astro, estrela do game AstroMonkey: Hitball Arena, segurando com orgulho A Bandeira do Elefante e da Arara.

10860984_746609945414630_5705831056138498136_o

A foto abaixo foi tirada durante o lançamento da semana passada, com três membros da equipe. Pode ver pela minha camiseta que sou grande fã deles!

1507518_703997573050898_3972103815645930859_oJosé Francisco Moreira, Christopher, Lucas Saldanha e Felipe Peruzzo Milkewicz

Meu sinceros agradecimentos ao equipe por esta homenagem tão especial, as palavras não servem. Desejo-lhes sempre sucesso nos muitos games fantásticos ainda por vir!