The World of Gerard van Oost and Oludara

Postagens marcadas com ‘línguas’

A Bandeira na Espanha

O Encontro Fortuito foi lançado na Espanha no formato eBook. O primeiro capítulo da aventura de Gerard e Oludara está disponível para a compra no site da Editora Sportula. Além do Espanhol, a série de A Bandeira já foi traduzida oficialmente para outros três idiomas ao redor do mundo.
Fonte

 

Tupi

Em “A Batalha Temerária”, Gerard e Oludara encontram uma tribo de nativos tupinambás. A linguagem usada por eles, conhecida como tupi, era a mais comumente usada pelas tribos costeiras brasileiras na época da colonização européia. Entre as nações de nativos brasileiros que falavam tupi estavam: Tupinambás, Tupiniquins, Tabajaras, Potiguares, Caetés, Tupinaés, Tamoios, e Temiminós. A palavra “tupi” também se refere a estes povos.

mapa
Mapa das populações indígenas na costa brasileira – cerca de 1575.

O tupi antigo faz parte de conjunto de famílias linguísticas das populações indígenas sul-americanas conhecido como “macro-tupi”. Este tronco linguístico aborda as línguas Ariquém, Aueti, Juruna, Maué, Mondé, Mundurucu, Puruborá, Ramarrama, Tupari, e o Guarani.

Uma versão do tupi tornou-se a língua franca (língua adotada para a comunicação de grupos multilíngues, geralmente por razões comerciais, diplomáticas, ou administrativas) dos primeiros colonos brasileiros, até 1758, quando o português foi nomeado como língua oficial. No entanto, essa língua franca deu origem ao nheengatu (“fala boa”, em tupi), um dialeto falado até hoje em partes da região Amazônica.

Tupi32
Cunhambebe, o grande cacique dos Tamoios.

O tupi antigo se tornou uma língua extinta há centenas de anos atrás, no entanto, graças a linguistas como Eduardo de Almeida Navarro, a língua foi recuperada, e está sendo ensinada novamente para descendentes das tribos originais.

Mesmo assim, a língua continua presente na língua portuguesa contemporânea, e é responsável por alguns termos (arapuca, jururu, toró, socar, capinar, etc.), nomes de certas plantas e animais (jacaré, abacaxi, capim, tatu, etc.), nome de cidades (Paraná = rio afluente, Sergipe = rio dos siris, Ipanema = água suja, Curitiba = pinheiral, Goiás = gente da mesma raça, etc.), e até a preferência pelo gerúndio (“estou fazendo”, diferente de “estou a fazer” do português europeu). Apesar do desconhecimento de muitos brasileiros sobre o significado dessas palavras, é inegável a enorme influência que essa nação teve na construção de nossa identidade cultural e linguística.

Mais recentemente, linguistas trabalharam com os atores do filme Hans Staden, de 1999, para recriar o tupi antigo. Assistir a este filme é uma ótima maneira de ouvir como é que soava o tupi antigo.