The World of Gerard van Oost and Oludara

Postagens marcadas com ‘animais’

Porcos-do-mato

Em “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, Saci-Pererê manda uma matilha de porcos-do-mato em direção a Gerard, que tem que subir em uma árvore para escapar. Hoje em dia, este animal é conhecido como Queixada, mas no Brasil Colonial, os porcos selvagens eram conhecidos como porcos-do-mato ou porcos-monteses, por causa da sua semelhança com estes animais europeus.

Os cronistas seicentistas escreveram bastante sobre Queixadas e Caititus, os porcos nativos do Brasil. Pero de Magalhães de Gândavo escreveu sobre três tipos de “porcos monteses”, que em Tupi chamaram-se de tajaçu, tajaçutirica e tajaçueté. Ele falou de um “umbigo nas costas” que é, na verdade, uma glândula dorsal que solta um poderoso cheiro almiscareiro. Fernão Cardim notou que o cheiro era tão forte que os cachorros facilmente encontravam os rastros dos animais. Ele também mencionou que os porcos selvagens eram tão numerosos que serviram de alimentação comum para os índios.

Queixadas vivem em bandos e são os porcos selvagens mais agressivos. Fernão Cardim descreveu que as queixadas eram tão ferozes que atacavam tanto cachorros quanto caçadores, e que homens tinham que subir nas árvores para escapar com vida, a mesma técnica que o Gerard foi forçado a usar.

Caititus

(Imagem: Brian Gratwicke, Wikimedia Commons)

Queixada

(Imagem: Ana Cotta, Wikimedia Commons)

Os porcos de água doce mencionados pelos cronistas são capivaras. Atualmente, as capivaras não são mais consideradas porcos e foram classificados como o maior roedor do mundo.

Tatu-bola

Na começo da história “A Batalha Temerária Contra o Capelobo”, Gerard van Oost e Oludara encontram uma criatura nada temerária: uma fêmea de tatu-bola.

O tatu-bola, ou mais corretamente, o tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus) é uma pequena criatura (menos de 2kg) que atualmente habita apenas uma região no nordeste do Brasil.

Cambridge_Natural_History_Mammalia_Fig_103

Tatu-bola

(fonte: The Cambridge Natural History, 1902)

O tatu-bola é noturno e alimenta-se de insetos como formigas e cupins. Ele usa as suas garras para escavar a terra e sua língua para capturar as presas. Diferente de quase todos os outros tipos de tatus, o tatu-bola consegue enrolar-se dentro da carapaça para defender-se.

Ao encontrar um tatu-bola pela primeira vez, Gerard e Oludara não têm a mínima ideia do que é o animal. Gerard chega a sugerir que a pequena criatura é um rinoceronte, um bicho que ele só tinha visto em uma xilogravura de Albrecht Dürer.

722px-Dürer_rhino_full

Xilogravura de rinoceronte por Albrecht Dürer, 1515

Em março de 2012, seis meses após o lançamento de “A Batalha Temerária Contra o Capelobo”, o tatu-bola foi escolhido como mascote da Copa do Mundo do Brasil de 2014. Coincidência? 😉

Mascote_Copa

 

Fuleco – mascote da Copa do Mundo de 2014