Dragão Africano

O mito da serpente gigante é um mito universal. Quase toda cultura humana possui histórias de serpentes e dragões. Não é atoa que a ligação entre Gerard e Oludara acontece por causa de duas serpentes: o Boitatá e o Dragão Africano.

A África possui muitas histórias de dragões. De fato, a África, berço da humanidade, pode também ser o berço dos dragões.

Xilogravura da África de Theodore de Bry (século XVI): antílopes, cobras, elefantes e—claro—um dragão!

O website Serene Dragon inclui 20 lendas de dragões que percorrem toda a extensão da África, do Norte a Sul. Até um orixá iorubano, Oxumaré, possui a forma de uma serpente com as cores do arco-íris. Este orixá não existe apenas na religião do povo ioruba, mas também entre muitos povos da África ocidental. Os povos que falam evê conhecem ele como Anyiewo, e os povos que falam fon o conhecem como Aido-Hwedo.

No livro Singularidades da França Antártica (1558), de André Thevet, o autor diz que África contem “uma quantidade enorme de animais selvagens: leões, tigres, dragões, leopardos, búfalos, hienas, panteras e outros.” Historiadores modernos interpretam o uso da palavra “dragão” como referência aos crocodilos. Nós, claro, sabemos melhor!

Em “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, Oludara encontra um dragão na África. Ele é descrito como “uma gigantesca serpente verde, exceto por pequenas e aparentemente inúteis asas e vários pares de pernas atarracadas com as quais se projetava para frente, ora remetendo a uma caminhada, ora a uma espécie de deslizar. As escamas apreciam impenetráveis, como placas de aço pintadas e amontoadas umas sobre as outras.” Quando Oludara oferece o elefante para o dragão, a ofensa é multiplicada, pois, no folclore africano, o elefante e dragão são inimigos tradicionais.

Com isso, podemos terminar esta postagem com esta interpretação artística sensacional de Paulo Ítalo:

O Dragão Africano por Paulo Ítalo

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